quinta-feira, 24 de março de 2011

Radares escondidos - só se afeta quem é imprudente.

Certa vez ouvi de uma pessoa muito sabida: "As pistas da direita são para quem respeita a velocidade máxima".
Na segunda-feira saiu nos jornais que em cinco estradas do Brasil (Rodovias Anhanguera, Ayrton Senna, dos Bandeirantes, Dom Pedro I e Governador Carvalho Pinto) estão operando radares "escondidos", o que supostamente contraria as resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), porque os radares deveriam estar em posições visíveis aos motoristas. Sinceramente eu não esperava tanta polêmica sobre este assunto.

O nosso sistema de fiscalização do trânsito é ineficiente e isso dificulta realmente qualquer predisposição por parte do cidadão em refletir sobre a possibilidade de haver soluções que tentam de fato resolver algum problema no trânsito brasileiro. Por outro lado, mente (ou precisa observar melhor) o paulista que diz nunca ter visto algum radar vandalizado no estado, ou que nunca tenha passado pela situação desagradável de ter um sujeito inconveniente forçando ultrapassagem nas estradas. Transitar pelo acostamento então nem é mais estranhado e a reclamação de nós cidadãos é, claro, a falta de fiscalização.

Mas quando esta mesma instituição fiscalizadora, que sofre de falta de verbas do Governo, com falta de salário, falta de pessoal, de motivação, de descaso, desrespeito, resolve ampliar a fiscalização - para garantir a punição desses sujeitos inconvenientes - e instalar os radares em lugares que o motorista não perceba, aí é uma armadilha? Ora, essas cinco estradas mencionadas, bem como todas as outras estradas fiscalizadas do país inteiro, tem placas espalhadas por toda a sua extensão indicando clara e visivelmente qual é a velocidade máxima permitida, e também que há "Fiscalização eletrônica de velocidade", ou que "é proibido trafegar pelo acostamento", "não force ultrapassagem", "mantenha a distância" e outras diversas tentativas de lembrar ao motorista tudo o que ele já deveria saber, mesmo que a sua inteligência não o permita compreender que são recomendações em prol da prudência e do respeito ao próximo.

Esconder radares ao longo das rodovias nada mais é do que uma tentativa de ampliar a eficiência da fiscalização. Os radares punem infrações. Mais radares punem mais infrações. O motorista que não é infrator não tem por que se incomodar com radares, e sim com a falta deles. Mais uma vez: O nosso sistema de fiscalização de trânsito é realmente falho, mas esta é uma tentativa de melhoria e merece, se não apoio, reflexão e respeito.

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