quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

As bigtrail estão chegando

A Revista Motociclismo começou, em 9 de Dezembro de 2010, o seu Teste dos 100 dias com a BMW G 650 GS. 2010 foi o primeiro ano da monocilíndrica 650cc no Brasil e está esmagando a Yamaha XT 660 R em número de registros/mês no Sudeste. Claro, as rebarbas no acabamento dos plásticos do antiquíssimo painel de 10 anos atrás, a pastilha de freio que dura 8 mil Km ou o custo de revisão acima dos R$ 800 com óleo francês são meros detalhes "que aparecem mesmo" após a compra. Antes de mais nada (e antes de mais nada), uma BMW leva a muito mais status do que uma Yamaha e esse é o primeiro sinal do absurdo que vemos na maioria dos consumidores.

O mercado nacional de motocicletas passou quase 30 anos carente de alternativa ao modelo absoluto da Yamaha, a Ténéré, que apareceu no Brasil na década de 1980. Desde que surgiu, a Ténéré ganhou freios a disco, carinha nova, faróis incrementados, mudou, desmudou. Enquanto o mercado nacional crescia, aumentava o seu poder de consumo e perdia o seu tempo de lazer, a consciência e inteligência dos consumidores foram perdendo espaço para a ansiedade e as considerações de preferência foram migrando da engenharia e do uso para a diferenciação social.

Assistindo a Yamaha nadar de braçada com a sua exclusiva opção bigtrail no Brasil, a BMW foi pra lá de atenta. Em 2009 estabeleceu lá os seus acordos fiscais com a fabricante brasileira Dafra e soltou a isca. Quando o lançamento da G 650 GS foi oficializado a fila de compradores já extrapolava as modestas expectativas da BMW para o Brasil. Claro, o mercado ganhou a sua segunda opção. Nos próximos dois anos, Yamaha, KTM, Kawazaki e Honda rechearão o mercado nacional com opções de motocicletas da categoria bigtrail e caberá a nós, consumidores conscientes, participar amigavelmente desses lançamentos para possibilitar que os fabricantes identifiquem o que nós realmente queremos. É simples, fácil, amigável. e todos ganham. E esta é a minha súplica.
O meu twitter: @guilhermeaudi

Yamaha XT 660 R: R$ 27.153,00*
A primeira bigtrail no Brasil, detentora de uma gigantesca comunidade de fãs "XTzeiros". É descendente da XTZ 600 Ténéré lançada na década de 1980. Conhecida por "topa-tudo", é resistente, muito potente e, em função do seu tempo no Brasil, está entre as motos mais visadas, com seguros chegando a 60% do valor da moto, dependendo do perfil do assegurado.
Pontos fortes: É potente e muito resistente, confiável para grandes viagens e tem custo de manutenção relativamente barato.
Pontos fracos: É muito visada, tem autonomia curta (cerca de 250 km) e é muito desconfortável na estrada, tanto para a garupa quanto para o piloto. 


BMW G 650 GS: R$ 29.825,00*
Sua chegada em 2010 foi a grande sensação do mercado de motocicletas: a primeira BMW fabricada (ou montada) fora da Alemanha. Foi uma adaptação da primeira F 650 GS, uma bicilíndrica que já mudou de layout. Aos que buscam vocação off-road, a G 650 GS é polêmica pela curta distância do solo e roda dianteira 19". É idealmente uma moto de engenharia inteligente, tem cavalete central, banco em dois níveis e aos que buscam grandes viagens pode ser uma boa opção, pois tem um motor relativamente "manso", que ultrapassa os 25km/l, permitindo uma autonomia além dos 400 km, além do ABS de série. Tem um acabamento visivelmente mal feito e os acessórios continuam importados, o que encarece muito o custo de manutenção.
Pontos fortes: Tem grande autonomia com seu tanque de 17l., é extremamente confortável e fácil de pilotar.
Pontos fracos: Mal acabamento especialmente nas partes plásticas, comandos mal posicionados, manutenção caríssima e a distância do solo é muito baixa: raspa facilmente o cavalete (antes do protetor do cárter) mesmo em lombadas, se a moto estiver com piloto e garupa.

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