segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Salão Duas Rodas 2011: O que esperar?

O ano vai começar e quem está em vias de sua próxima moto vai mais uma vez enfrentar os grandes dilemas. Quais serão os lançamentos? Será que aquelas motos que andamos namorando nas revistas chegarão ao Brasil? Será que - vai a crítica - a Honda vai lançar alguma bigtrail na categoria 600cc ou vai continuar nos empurrando suas "trail"-[lacuna]-"maxitrail" goela abaixo? Será que vamos ganhar no catálogo nacional mais opções de fabricantes? KTM? Huskwarna? E o principal deles: Será que eu espero pra ver o que vai mudar?

A KTM vem chegando com a sua Duke 125 (200cc), a BMW provavelmente trará a maquiagem nova da G 650 GS, a naked F 800 RS e a Yamaha seguramente vai ter fila de compradores para a Ténéré 660 - eu realmente não sei o que será da XT 660 R, que embora seja uma ótima moto, foi-se o seu tempo e hoje sobrevive às custas do fã-clube dos XTzeiros, estes que migrarão rapidinho para a XTZ (Ténéré). As pequeninhas, já saturadas, rechearão o salão com opções de motores elétricos acessíveis e modelos asiáticos, os quais merecem sim ser considerados, porque em seus preços baixíssimos haverá uma minoria de qualidade perfeitamente aceitável, com uma boa relação custo x benefício - vide a Traxx, que como legítima chinesa, investe como quem não está para brincadeira. As grandalhonas assumirão definitivamente sua posição de luxo e provavelmente trarão tecnologias de ponta para oferecer àqueles compradores que disputam o status quo de quem paga mais.

O fato é que é a vez do Brasil na economia mundial e o mercado de motocicletas está acompanhando esse crescimento. Esse enriquecimento da população é convidativo para os fabricantes de motocicletas e estamos na hora exata de garantir a qualidade do que vai se estabelecer aqui nos próximos anos. Em alguma das edições da Revista Duas Rodas, vi que 60% dos compradores de motocicletas consideram design como o principal motivo de compra. Os outros 40% então se dividem nas questões práticas como mecânica, custos, manutenção, etc. Bem, a conta fica muito simples: se você fosse fabricante de moto e visse essa pesquisa, certamente iria investir 60% dos custos de fabricação no design, e deixaria os outros 40% para os "detalhes" de engenharia e serviços. E isso não tem cabimento. Por isso, tente fechar os olhos e refletir objetivamente no que você realmente quer de uma moto. Pense se você precisa de uma moto que tenha mais desempenho urbano ou na estrada, ou que tamanho de viagem você pretende fazer com ela. Depois, abra os olhos e veja quais são as opções que o mercado tem. Considere as nacionais e importadas, veja o preço das pastilhas de freio, do seguro, do "kit-tombo" (piscas, retrovisores, manetes). Veja quanto vai gastar com os acessórios, com as revisões periódicas. Leia o meu blog, outros blogs, compre revistas, veja os fóruns.. procure ver o que falam sobre as motos que você está considerando e valorize o investimento que você está fazendo. Você não está comprando uma caneta. São milhares de reais que você tira do seu bolso e entrega TUDO para um produto que você quer que te traga satisfação. Garanta isso.

Com esse envolvimento você certamente vai tropeçar em alguma notícia sobre os fabricantes e modelos que planejam entrar no Brasil nos próximos tempos. Ora, é claro que todas as motos atualmente em linha sofrerão mudanças ao longo de suas vidas. A questão é o tamanho da mudança. 2007 foi um ano de grandes mudanças: as regulamentações de emissões de gases - PROMOT-3 - junto com o cerco que a cidade de São Paulo fechou na inspeção veicular, obrigaram os fabricantes a adaptar os seus motores para a nova legislação, o que causou uma revolução no mercado. Quase todos os modelos de motocicletas que ainda trabalhavam com carburador passaram a adotar a injeção eletrônica. Se 2007 era a hora de comprar uma moto zero km carburada? Obviamente não. Mas essas alterações já foram feitas e a nova onda deve virar maré. Digo, motos populares (de baixa e média cilindrada) dependem de um fluxo de comercialização muito alto para que se tornem realmente lucrativas. Assim, para garantirem suporte de peças e baixo custo de produção, os fabricantes mantém seus modelos em linha por muito tempo. Isso quer dizer que os novos modelos populares como Yamaha Fazer, Factor, XTZ, Honda XRE, CB, Bros e outras destas categorias de média e baixa cilindrada provavelmente não sofrerão mudanças radicais nos próximos anos como sofreram quando se adaptaram à nova legislação nacional de emissões de gases. Agora elas já são bicombustíveis e com injeção eletrônica. Portanto, se agora, 2011, é uma boa hora para comprar a sua moto desta categoria? Creio que sim. De qualquer forma, a parte importante é justamente a pesquisa. Pesquise muito antes de fechar a sua compra. Motocicleta não é bolsa de valores. Às vezes, com alguns meses de espera você pode ganhar bastante dinheiro pela paciência.

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